Conheça o museu no Amazonas que fica dentro de uma das maiores florestas urbanas do país
Musa: conheça o museu que fica dentro de uma das maiores florestas urbanas do país O Museu da Amazônia (Musa), localizado em Manaus, ocupa 100 hectares da Re...
Musa: conheça o museu que fica dentro de uma das maiores florestas urbanas do país O Museu da Amazônia (Musa), localizado em Manaus, ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, área de floresta primária estudada há mais de seis décadas pelo INPA. Criado em 2009, o espaço se consolidou como referência em ciência, cultura e preservação, oferecendo ao público a experiência de vivenciar a floresta em plena área urbana. 🔎A Reserva Adolpho Ducke, administrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), ocupa uma área de cerca de 10.000 hectares de floresta tropical e é considerada uma das maiores florestas urbanas do Brasil. Ela serve como um importante refúgio de biodiversidade e também tem um papel crucial na pesquisa científica sobre o ecossistema da Amazônia. O museu funciona todos os dias, das 8h30 às 17h, exceto na quarta-feira quando fecha para manutenção. É possível fazer a visita guiada por R$ 50 e sem guia por R$ 30. Nos valores estão inclusos a subida na torre, as trilhas na floresta, orquidário, lago, laboratórios experimentais e exposições. Visitas guiadas devem ser agendadas pelo e-mail agendamento@museudamazonia.org.br Entre as principais atrações está a Torre de Observação, com 42 metros de altura e 242 degraus, de onde é possível contemplar o nascer e o pôr do sol sobre a floresta. Para acessar a torre, é necessário fazer a maior trilha do local, que tem cerca de 1km desde o portão de entrada até a torre. Além do passeio diurno, no Musa também é possível fazer o passeio noturno, onde a experiência é mais sensorial e intimista, acompanhado de um guia. Para fazer esse passeio, é necessário realizar um agendamento prévio no site e pagar o valor de R$ 120. "Pelo dia as pessoas vão caminhar por aqui para chegar nas exposições e conhecer um pouco sobre a floresta de uma forma mais explicativa, um pouco mais científica. Pela noite é de uma forma um pouco mais sentimental, de uma forma mais próxima, inclusive. Após fazer esse agendamento, você pode vir para cá, mais ou menos pelas 18h, e a trilha noturna vai começar e terminar lá pela faixa das 21h", explicou o monitor de trilhas Iago Gabriel. Torre de observação no Musa, em Manaus Divulgação Fauna e Flora A fauna também é destaque no Musa. O visitante pode observar aves típicas da região, como tucanos e araras, além de borboletas que habitam o borboletário do museu. Serpentes e peixes amazônicos estão presentes em aquários e viveiros, permitindo uma experiência educativa e segura. O ambiente é propício para o chamado “birdwatching", prática de observação de aves que atrai turistas e pesquisadores interessados na biodiversidade local. Não há informações exatas de quantos animais e espécies de plantas podem ser encontrados no local. Segundo a direção do local, o Musa funciona como laboratório vivo, onde a interação entre fauna e flora é estudada e compartilhada com o público. A proposta é mostrar como a floresta se mantém em equilíbrio e como os seres humanos podem aprender com esse convívio. Ao unir ciência e cultura, o museu reforça a importância da preservação da Amazônia e oferece uma vivência única dentro da maior floresta urbana do país. Cutia-vermelha que pode ser encontra no local Divulgação Arqueologia e Etnologia O acervo arqueológico, gerenciado pelo Núcleo de Arqueologia e Etnologia (MUSA-NAE), reúne mais de 30 mil objetos de 16 coleções distintas, incluindo cerâmicas, líticos, materiais zooarqueológicos e arqueobotânicos. Já o acervo etnográfico valoriza culturas indígenas e tradicionais da Amazônia, com destaque para objetos produzidos por comunidades do Alto Rio Negro em exposições colaborativas como “Peixe e Gente” e “Aturás, mandiocas, beijus”. O museu também mantém um acervo paleontológico, utilizado na exposição “Passado Presente”, com fósseis de animais e vegetais da região e de outras partes do mundo. "Desde a invasão europeia e a colonização, há 500 anos, observamos novas dinâmicas de ocupação da floresta. A Amazônia foi vista como um lugar inóspito e selvagem pelos europeus e, posteriormente, pelas sociedades nacionais: uma terra desabitada que precisava ser ocupada nos moldes do 'progresso da civilização ocidental"', diz um trecho do estudo no local. História dos povos originários amazônicos Lucas Macedo/g1 Amazonas Visita do presidente dos EUA Em novembro de 2024, o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou o museu durante sua passagem pela capital amazonense. O presidente chegou ao Musa acompanhado da pesquisadora do Inpa Camila Ribas e do CEO da Mombak, empresa que negocia créditos de carbono, Peter Fernandez. Biden fez uma trilha em um trecho de vegetação nativa dentro do museu e se encontrou com lideranças indígenas dos povos Kokama, Xerente e Wapichana, que o aguardavam ao pé de uma Sumaúma - maior espécie de árvore encontrada na Amazônia, podendo chegar a 50 metros de altura e viver cerca de 120 anos. No local, o presidente anunciou o aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, a criação de uma coalizão que deve mobilizar US$ 10 bilhões até 2030 para restaurar e proteger 20 mil milhas quadradas de terras. "A luta contra a mudança climática vem sendo a causa da minha presidência. Não é preciso escolher entre economia e meio ambiente. Nós podemos fazer as duas coisas", destacou Biden em pronunciamento no Museu. Biden se encontra com lideranças indígenas na Amazônia Alexandro Pereira/Rede Amazônica Bora Turistar: G1 mostra atrações do Museu da Amazônia (Musa) em Manaus